20 de jul. de 2012

Hoje: “dia do amigo”!

Às vezes ela assume uma postura analista, um ar anamnésico que me angustia, mas, eu ainda gosto. Às vezes, me expõe... Expõe seu escrutínio, tudo o que hoje sabe, sem sacrifícios. Não foi sempre assim... Antes era ela a proteger, era ela a preocupar-se, agora, quando alguém me exorta, acompanha o exórdio e se excluí. Exonera-se! Permanece no começo e cala conscientemente... Vê-me, mede, mas não medica, não há remédio! Melhorei, mas, sei, ainda sou muito mimada, minimalista, cheia de melindres. Por isso ela cala, acostuma-se ao caso, consente e conforme for caçoa, tornando cômicos e comuns os meus conflitos. “Estou frita”, já não adianta o olhar fito, nem a fala aflita... Eu temo, tremo, transpiro, tenciono o tórax e ela nem tenta traduzir, não é preciso, já decorou. Sente-se em casa comigo! Se eu cair juntará os cacos da cacetada copiando os “cacoetes”...
Apesar disso, sabe que há momentos em que ainda é o centro e então se sensibiliza é hábil, bondosa, quase brilhante... É tão bom! Ela abre a guarda, embala... Mimando, mitigando os meus “mas”, as minhas dúvidas que ainda são muitas...
Tanto já se passou “pessoa”... Tantas presenças, tantos presentes, tantos problemas, tanta paz pressurizada que você trouxe quase sem querer... Quero parabenizá-la, deram de dizer que hoje é dia do amigo... Amigo não tem dia, é sempre, você sabe bem! Parabéns!



18 de jul. de 2012

Um professor de história...

"Fer, fica!". Fico, fico e ouço... Homenageio com os meus olhos. É outra ostentação do intelecto. Ostentação que me tenta! Que um dia eu já ouvi, nem ouço mais...  Agora, escuto às expressões. Escuto o respirar... Inspirar, expirar, esperar... Espero a pausa e ele, eu sei, queria palmas. Espalmo minha mão e afago o ego... Não, são somente os cabelos, com calma e cuidado. Carinho confuso que confessa, compromete!  "Onde é que eu fui me meter?" Ah, "contador de causos", é só por sua causa!
Nazismo: "Heil, Hitler!". Eu me rendo... Fascismo: pode ser fascista, mesmo assim fascina. Maçonaria: quase um maçom, é só meu o som, a voz da sua verborragia. Reage em mim, por isso, vou... Já estou onde eu nem ia!
Posso esbravejar, desistir, bater a porta... Ele vem dizer: "Boa noite". "Senhor de escravos" que sem açoite tem-me de volta. Professor? História! Dessas histórias para boi dormir... É, ele quase dorme. Fecha os olhos, suspira, sonha com conspirações... No íntimo, nada o preocupa, despreocupado ele pondera... "Peter Pan" imprevisível, quase príncipe, porém, pueril! Tão perdido e tão pronto... Prontro a me atender, minha "perdição"! Agora, agora o pulso está perto, impulsiona o aperto... pressiona o pescoço! Já não é presságio, tem pressa e prende. Pode ser amor, mas, não é ameno, nem arrefece. Só pára e separa porque eu o arranco. Um arremesso sem alvo! Olhos arregalados, menina arredia... É isso! Arreda-te daqui, mas  devagar, senão fica um vazio... Vai!

2 de mar. de 2012

Um velório!

É, a morte nada tem de abstrato... É concreta, de concreto! Tem muito peso, tem altura, tem volume e é física. Por isso a morte dói de uma dor pesada... A única que ao que parece, não dá o direito de sentir nenhuma outra: vendo a morte de perto, sentimos somente a ela! Uma estrutura condenada, oca e vazia, que inevitavelmente há de implodir virando entulho. Alguém morreu e os demais doem, nós nos doemos doidamente e não geramos movimento, não nasce nada vivo!
O menino chora, desfigura as faces de criança... O desejo é abraçar, embalar, decidir e dizer: “Vai ficar tudo bem”! Mas, não, nada ficará...tudo já está, já é! Por isso os abraços ficam, são fortes, pesados, estáticos. Debilitamo-nos todos, mas, já está decidido! Afinal, por que fazer tanta força? Poderíamos dizer, contristados, porém, calmos: “Ignora Igor, ignora”... Imita o Arthur, ignora! Faça festa com o “Fubá”... O “Fubá” é só um cachorro, mas, nos ensina: o “Fubá” fareja a vida e não a morte! Lá está: o Arthur, a vida que vingou... O vencedor. Morte e vida diferem... Enquanto a morte pesa e exige, a vida vinga, vence leve, sem vingança. Viva!

22 de fev. de 2012

"Amável antítese"

Ganhei uma gargalhada que chega sempre antes de você... Representa-o para mim... Ressoa e é retrato das nossas diferenças! Sim, ela ressoa por horas inteiras após os nossos encontros. Sua espontaneidade sem freios que eu detenho vez por outra, sem dificuldades... É apenas a minha "presença inofensiva" , só os olhos baixos que esperam sem pedir pelo olhar que estando em mim, não perde sua essência: continua cômico, porém, faz-se cuidadoso.
É de um cuidado velado, que eu só vejo porque quero muito ver! Sou mesmo assim, vivo desejando doses diárias de delicadeza... Encontrei-as em ti também! Não, não foram seus braços que por duas ou três vezes abraçaram-me sem consentimento, expansivos e fiéis ao dono. Também não é o estrondoso som de riso com o qual eu brinco de fazer música; palpite de uma trilha sonora para o filme de pequenas recordações que eu assisto no caminho de volta para casa...
Sinceramente, é difícil especificar onde sua delicadeza está. Tudo em seu ser é vasto, universal! Minha "amável antítese", pessoa inventada! Feita real só para que eu creia que existe... Sabe? A gramática me ensinou que as antíteses se afastam, se excluem! Mas, você não é assim... Você se aproxima... Refaz-se... Reinventa seus passos naturalmente largos e os faz caber no compasso dos meus tênis, só para andar comigo, só para ser compahia. Dilui o escuro espesso e muito vivo dos seus olhos, só por saber que assim, em um tom mais leve, eles me alcançarão mais depressa Por saber quem eu sou, segue sendo você... Perfeito par de antíteses, assim somos nós. Você me desperta e eu o desafio, sem esforço, no conforto do que somos! Somente próximo, sem impor igualdade! Diferenças acolhedoras, gargalhada que acolheu, olhar que convidou ao riso escondido e o abraço que poderia se quisesse, suspender no ar... Anunciou novas lições! Por fim, minha "amável antítese", sou feliz, pois, você existe!

12 de fev. de 2012

Formatura

* escrito em 29/jan/ 2010, às 06: 26 hrs.
Nostalgia é isso! Sentimento que traz às lembranças um gosto amarrado. O coração fica cor de caqui e bate baixo... Quase pára! Faz-lhe dormir e também acordar sobressaltado, apertado. Porém, vivo e ativo... Tanto que até dói!
Desejo de expulsar, exprimir, tudo tenta vir de repente e ao mesmo tempo. Recordações e lágrimas. Não! Não são lágrimas fartas, assim como não é e nem poderia ser sofrimento... Hoje, somos cerimônia, somos solenidade, contudo, eu tenho de sorrir para os trajes negros que dizem tão pouco... Estão ainda vivos, somente por ser memória recente. O que deseja verdadeiramente viver, pulsando e pressionando sem deixar dormir o sono é muito simples e informal. Só que não sai! Minhas lembranças me espremem e permanecem... Parece sofrimento, mas já lhes disse, não é. É só a nostalgia quando nasce: gosto forte, amarrado... Fruta que não amadureceu.
Mais uma vez, coração cor de caqui. Caqui amarra a boca, desce áspero pela garganta e deixa seu gosto embalsamado na saliva. Sabor dos dias comuns, convivência, cumplicidade, carinho... Caqui amarra a boca, nostalgia amarra lembranças que igualmente raspam por dentro e recebem o bálsamo da memória! Lembrança amadurece e fica doce, igual caqui! Tudo é muito recente, por isso, amarra em mim e não sai. Em breve, o gosto amargo irá embora, o sobressalto e o aperto aliviarão... Não se preocupem ficará doce e o sabor de tudo isso fará com que eu escreva outra vez!

25 de out. de 2011

Serena simbiose!

Irreversível, inquestionável... Inesquecível, mas, inalcançável! Certamente é a primeira vez em que vou buscar aqui dentro algo que é tão seu. Tão restrito, secreto talvez, nem nome ele tem nas suas falas... Entretanto, é seu, você o tem. O tem como poucas pessoas são capazes de ter alguém. Desculpe, para mim, que desconheço quem ele é... Seu ter, às vezes , me traz tristeza, traumatiza, como fez hoje. Depois compreendo.
Ignoro muito do que você é eis a verdade. É dessas ignorâncias que a gente não escolhe ter ou não, elas têm seu próprio tempo Esculpindo meu entendimento, eu espero por espaços como esse, que só vem vez por outra... Escreverei sob seu espaço, posso?
Serenidade quase sádica, ao menos para mim... Segura e sincera... De quem ama, ainda e sempre. Mesmo um século depois! É bonito, é real e eu reverencio. Amo apreender e aprender da sua força.
Porém, é complicado dessa vez! Já faz algumas horas que eu tento aterrissar e não posso... Esbarrei na falta de nuvens da sua negação: “Não, nunca mais.” Dito sem rusga alguma, sem reclame, sem réplica, sem retorno. Só um bocado a mais do brilho d’água comum dos seus olhos... Tal qual gotas que sobram do serenar pela manhã. Será manhã em sua vida? Se for, onde estão agora as madrugadas terríveis, tentando tranquilizar terrores noturnos? Onde? Como conseguiu alvorecer? E, mais... Amanhece amando o mesmo, com os mesmos mistérios! Um mercenário imaculado...Sua simbiose orvalhada, emagrecendo, minguando, minando... Morrendo. Haverá de morrer? Não, viverá. Certas simbioses sobrevivem, mesmo que virem enxerto... Enxertar, engravidar, de um filho e também de paz! Quanto a ele? Não, nunca mais.

18 de set. de 2011

"Vento, ventania..."

Vento, movimento... Tão desesperado! Percebam: o vento em lugares ausentes de pessoas, é mais sofrido, sufoca mais!
Hoje, nem as folhas querem muito movimento... É só o vento mesmo, quase úmido, esperando talvez, pela vida que não vai vir. Não virá.
Alguém esteve aqui... Ela é dessas pessoas que já vivem em mim, mesmo quando não vem, mesmo quando não a vejo. Ela não é comum, quem é comum não vem com o vento! Ventos são vivos, mas, afastam a vida banal... Folhas secas, papel inútil, pequenas pedras, pétalas... Ventanias não concedem licença poética aos casuais. Vento não dá tempo! Ou está lá dentro, sedimentado e sólido ou passa! Vento não traz, não preenche... Só leva!
Querida Patrícia, aquela que fica, apesar do vento... O vento não trará de volta, nem precisa.... Já é sólido em ti!